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'Portas Abertas' dará independência financeira a vítimas de violência doméstica

A dependência econômica e financeira muitas vezes é um dos fatores preponderantes para que a mulher que sofre agressões não rompa o ciclo da violência. É justamente para dar oportunidade a essas mulheres que Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Rondonópolis (212 quilômetros ao sul da Capital) está desenvolvendo o projeto 'Portas Abertas', que vai proporcionar a chance da independência econômica e, consequentemente, a autolibertação financeira do relacionamento abusivo.
 
O projeto, que está em fase de elaboração e execução formal, consiste em oferecer cursos profissionalizantes para que essas mulheres sejam inseridas no mercado de trabalho e tenham renda própria para diminuir os casos de violência doméstica que acontecem em virtude da dependência econômica e financeira.
 
A juíza titular da vara, Maria Mazarelo Farias Pinto, explica que o projeto já existe no Estado de São Paulo e que foi apresentado pelo promotor de justiça de Mato Grosso Rinaldo Vessani. Com isso, a iniciativa foi idealizada para ser colocada em prática na referida unidade rondonopolitana como mais uma ferramenta de autonomia pessoal, financeira e independência da mulher, sem custo para o Poder Judiciário.
 
“Cada mulher, de acordo com a habilidade, será capacitada, treinada e posteriormente encaminhada ao mercado de trabalho com esses parceiros que aderiram ao projeto”, informou a magistrada.
 
A cada quatro mulheres que sofrem violência doméstica, uma não denuncia o agressor porque depende financeiramente e, por isso, se submetem a um companheiro, marido ou namorado violento, ficando no lugar onde sofrem maus tratos. Existem casos em que a mulher sai de casa, mas acaba voltando por não ter condições de manter o próprio sustento e dos filhos.
 
Essas mulheres que sofrem agressões, além das marcas no corpo e na alma, levam consigo uma vida sem perspectiva, sem coragem de saírem da situação de todo tipo de violência (moral, sexual, psicológica, física e patrimonial), daí a relevância do “Portas Abertas”, que lhes dará, também, autonomia emocional.
 
“Esse projeto tem um olhar para o ser humano, e, com isso, as mulheres passarão a não vivenciar a dependência econômica e financeira, que muitas vezes as obrigam a se retratar de alguma ameaça de morte naqueles casos em que a mulher se vê impedida pelos maridos ciumentos e relação doentia, de subjugação, a ficar apenas no lar. Em vários casos, o agressor monitora tudo e quando a relação termina a mulher não sabe fazer nada e fica nesse prolongamento da situação de dependência”, explicou a magistrada.
 
Diante da importância do projeto “Portas Abertas”, principalmente sob aspecto social, diversas entidades e empresas já manifestaram interesse em formar parcerias, entre as quais a Prefeitura Municipal de Rondonópolis, Associação Comercial Industrial e Empresarial de Rondonópolis (Acir), Associação das Empresas do Complexo Intermodal de Rondonópolis (AECI-R), Secretaria de Promoção e Assistência Social, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Brado Logística, Supermercado Big Master, Grupo Gera Serviços Social do Transporte - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest Senat), Serviço nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e Serviço Social do Comércio (Sesc), além do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Ministério Público e Defensoria Pública. Várias reuniões foram realizadas para formalizar o processo.
 
O Poder Judiciário de Mato Grosso realiza diversas ações para o enfrentamento da violência doméstica. Veja outras iniciativas:
 
 
 
 
 
Dani Cunha
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
(65) 3617-3393/3394/3409
 

19/03/2019 08:20