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Funcionalidades do SEEU são apresentadas para defensores públicos

 A implantação do Sistema Eletrônico de Execução Penal (SEEU) em Mato Grosso irá gerar economia financeira para o Estado à medida que permitirá maior controle do tempo que o preso deve ficar retido nas penitenciárias. A economia gerada pode ser revertida pelo Poder Executivo em prol do próprio sistema penitenciário para a construção de novas vagas e principalmente para a educação e ressocialização dos reclusos, que é o maior objetivo do sistema e um grande ganho para a sociedade.
 
A explicação acima é do assessor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Paraná (GMF-PR), Márcio Bandeira, que nesta quarta-feira (20 de março) está fazendo uma exposição sobre o SEEU para defensores e técnicos da Defensoria Pública de Mato Grosso. Ele foi designado pelo Conselho Nacional de Justiça para repassar seu conhecimento para as equipes de Mato Grosso e está realizando o encontro no auditório Gervásio Leite, localizado no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, das 8h às 12h e das 14h às 17h.
 
Bandeira aponta ainda os benefícios do controle do processo ligado ao preso desde a implantação da versão atual do sistema no Estado do Paraná, em 2013. “Desde a implantação do SEEU, o controle dos processos é completamente eletrônico. Uma vez abastecido o sistema com as informações da sentença ou do acórdão, o programa faz um levantamento sozinho do controle do tempo exato da prisão. Isso gera uma economia financeira enorme para o Estado porque se o preso tem previsão de ficar 12 meses em uma unidade penitenciária, ele vai ficar apenas esse período. Antigamente, a pessoa que tinha prisão prevista para um ano, podia ficar até 1 ano e 8 meses e cada preso custa entre R$ 3,5 a R$ 4 mil por mês ao Estado do Paraná.”
 
Ele explica ainda que essas melhorias estão interligadas à gestão de vagas e à resolução da superpopulação carcerária. “Se o executivo, por exemplo, propuser 10 mil vagas para o Estado de Mato Grosso, o SEEU vai conseguir gerenciar todos esses lugares. Pois poderá afirmar o índice de porcentagem de lotação com dados técnicos que servirão de subsídio para novos projetos específicos para essa área. O Departamento Penitenciário Nacional (Depen), por exemplo, poderá estabelecer dados comparativos de índices de prisões entre os Estados e até por região, resultando em soluções específicas para cada Estado.”
 
Assim como as propostas são revolucionárias, as expectativas também são as melhores, explicam os defensores públicos Simone Campos e José Carlos Santos. Eles ressaltam que uma das maiores dificuldades encontradas pela Defensoria Pública hoje é dar informação concreta para o assistido sobre o cálculo de pena, tanto para aqueles que estão presos, quanto para os que estão cumprindo regime semiaberto e que são monitorados eletronicamente.
 
“Esperamos sim que o SEEU traga mais celeridade para que as pessoas não fiquem tempo há mais no regime fechado o que gera gasto para o Estado. Atualmente, em Mato Grosso, cada preso custa cerca de R$ 2 mil para o Executivo. Tem também a questão de quem está utilizando tornozeleira eletrônica, pois tem um custo e o estigma de quem é monitorado e encontra dificuldade de ser reinserido no mercado de trabalho. Sabemos que o volume de processos é grande, com a alimentação correta do sistema, o cálculo será automático e muito mais rápido, diminuindo a angústia do preso e também a questão de superlotação dos presídios”, pontuam os defensores.
 
Também o juiz João Emanoel Pereira Guerra, que trabalha com execução penal na Comarca de Sinop (500 quilômetros ao norte de Cuiabá), esteve presente na capacitação para conhecer um pouco mais sobre o SEEU. Ele destaca que já conhece o sistema há dois anos, quando visitou o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, e já naquela época observou que o programa é um avanço no Judiciário.
 
“A execução penal, de certa forma, sempre foi relevada a terceiro plano no Judiciário. Mas a criminalidade hoje, com as facções, se tornou uma área do direito que merece toda atenção da magistratura como um todo. O SEEU é desenvolvido como uma ferramenta extremamente eficaz para unificação de procedimentos. Para se ter uma ideia, o programa irá facilitar a atividade jurisdicional, melhorará a prestação jurisdicional, preservará os direitos no tempo que deve ser concedido. Me parece que ele vai ser um avanço grande, principalmente, quando estiver implantado em nível de Brasil”, conclui.
 
Leia mais sobre o assunto nos links abaixo.
 
 
 
 
 
 
Keila Maressa
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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20/03/2019 12:43