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Realização de um sonho: turma de 1996 completa 23 anos de magistratura

 “Foi um sonho que começou no primeiro dia da faculdade, e realizei com o auxilio de Deus, de diversas pessoas e com uma boa dose de determinação”. É com esta frase que o juiz João Bosco Soares da Silva, da 10ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, explica como decidiu apostar na magistratura como caminho profissional. São 23 anos, de 1996 até agora, completados na segunda-feira, 13 de maio, dedicados ao julgamento de causas, entre as quais, nas áreas cível, de família, consumidor e criminal.
 
“Sou muito grato ao Poder Judiciário mato-grossense pela oportunidade que tenho. Sou verdadeiramente grato, como também minha gratidão aos colegas magistrados que me ajudaram a ter força para chegar onde estou”, sublinha doutor João Bosco.
 
Além do juiz João Bosco integram a turma que tomou posse em 1996 os juízes Jones Gattass Dias, Sinii Savana Bosse Saboia Ribeiro, Ester Belém Nunes, Paulo Martini, Onivaldo Budny, Lúcia Peruffo, Paulo Toledo Ribeiro Junior, Maria das Graças Gomes da Costa, Marilza Aparecida Vitório, Valmir Alaércio dos Santos, Clóvis Mário Teixeira de Mello.
 
Filho de cuiabanos, casado e pai de três filhos adultos, sendo que dois também são formados em Direito, e um deles é servidor concursado do Poder Judiciário, João Bosco começou a atuar como juiz na Comarca de Pontes e Lacerda, na região oeste do Estado. Quando chegou, em 20 de maio de 1996, já encarou uma eleição municipal como juiz eleitoral.
 
Dessa cidade, localizada em região de fronteira entre o Brasil e a Bolívia (448 Km da Capital), foi transferido para a Comarca de Alto Garças, ao sul de Cuiabá, e no ano seguinte foi para Barra do Bugres. Após seis meses, foi promovido para a Comarca de Tangará da Serra, no médio-norte mato-grossense. “Fiquei em Tangará durante cinco anos antes de chegar a Várzea Grande, minha cidade natal. O destino foi o Juizado Especial do Cristo Rei, justamente no bairro aonde nasci e fui criado”, conta.
 
O magistrado também lembra com orgulho do período em que trabalhou no Juizado Especial do Cristo Rei, pela experiência como presidente da Turma Recursal e como juiz auxiliar da Presidência do Tribunal de Justiça. “E agora, em 2019, fui transferido, por meio de inscrição de remoção, para a 10ª Criminal de Cuiabá. É uma caminhada que muito me orgulha. Aqui, na área penal, os processos têm uma característica mais humana e de maior alcance social. Por isso, demanda mais sensibilidade para fazer a aplicação da legislação”, sublinha, destacando que tudo é um reaprendizado.
 
E nesses 23 anos de Justiça, João Bosco sublinha, entre milhares de processos, duas ações que chamaram muito a atenção dele. A primeira, ainda em Pontes e Lacerda, havia um caso de tráfico de drogas e a Polícia Civil não tinha kit para teste de entorpecente. “Com isso, um bioquímico da própria polícia, com boa vontade, apesar da precária estrutura disponível na época, escreveu no laudo que ‘pelo gosto e pelo cheiro trata-se de cocaína’. E esse laudo virou piada no meio judicial do Estado. Por pura brincadeira, diziam que o especialista tinha recebido dois quilos e devolvido um e meio, porque o restante, meio quilo, tinha sido testado. Foi muito engraçado, e rimos muito por muito tempo”, relembra.
 
A outra situação lembrada pelo juiz, quando já estava lotado em Várzea Grande, foi durante uma viagem a Tangará da Serra. Quando chegou ao município, depois de alguns anos, se encontrou com o policial militar Carlos, conhecido na cidade como Carlão, que lhe indagou: “doutor, o senhor conhece esta menina? Foi o senhor que me concedeu a adoção dela”. “A cena me deixou extremamente emocionado, e me marcou muito. Aquela paternidade era o resultado de um processo de adoção na Vara da Infância e Juventude da Comarca de Tangará da Serra”.
 
E nesse tempo de exercício na magistratura, doutor João Bosco aplaude o crescimento e desenvolvimento do Judiciário estadual. “Atravessamos tempos difíceis com muita bravura, e agora, por exemplo, com avanço tecnológico, chegamos à modernidade com a aplicabilidade do PJE (Processo Judicial Eletrônico). É um caminho sem volta, e todos têm que se adaptar. Além de celeridade e economia de recursos naturais, o processo eletrônico representa eficiência na prestação jurisdicional”, assegura o magistrado.
 
João Bosco pontua que as novas gerações, especialmente de magistrados, vão receber um sistema judicial mais aprimorado e mais acessível. “É preciso também que se preparem e se qualifiquem costumeiramente, porque estamos avançando muito”, revela, citando o filosofo Heráclito Éfeso, de 540 a.C., da Ásia Menor, atual Turquia, quando diz que vivemos em eterno movimento: “tudo flui - e nada é permanente, exceto a mudança”. Logo, de acordo com o magistrado, tudo o que existe está em constante transformação.
 
Além dos colegas que possibilitaram apoio para que doutor João Bosco realizasse o sonho de fazer carreira na Justiça, o juiz cita outros magistrados, considerados exemplos de dedicação e que lhe ensinaram muito: desembargadores Carlos Alberto Alves da Rocha, Serly Marcondes Alves e Dirceu dos Santos e os juízes Valmir Alaércio dos Santos, do 2º Juizado Especial, Yale Sabo Mendes, da 7ª Vara Civel, e Mario Roberto Kono de Oliveira, do Juizado Especial Criminal (Jecrim) de Cuiabá. “E diariamente, para me completar, busco o aconchego da minha família que é meu conforto, meu ninho adequado, meu local de repouso”, sintetiza.
 
Álvaro Marinho
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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20/05/2019 11:52