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Chacina assusta população de Aquidauana em 1974

 Uma cova rasa denunciou um dos crimes mais violentos cometidos na região de Aquidauana (distante 846 km ao sul de Cuiabá), hoje, Mato Grosso do Sul. O crime foi praticado em cinco de agosto de 1974. Três homens assassinaram friamente uma família inteira por acharem que o pai fazia bruxaria. Segundo uma das testemunhas o espírito do bruxo apareceria para ele, por isso resolveu denunciar o caso às autoridades.
 
De acordo com o processo um homem identificado como Paraguai, combinou com um amigo e um menor de idade para matarem um senhor que tinha chegado à cidade com sua família. O motivo seria de que Poxó (o pai da família) teria feito macumba para Paraguai e que o feitiço teria pego em sua filha mais nova, que vivia doente. O grupo fez uma tocaia e atirou na vítima, que, ferida, ainda tentou correr, mas foi atingida por duas facadas. Segundo relatos enterraram Poxó em um buraco e resolveram assassinar o restante da família para evitarem que fossem descobertos, na sequência foram em direção a choupana onde eles moravam.
 
A mulher e os três filhos de 8 e 6 anos e o caçula de apenas 6 meses foram mortos a pauladas. Em seguida os corpos foram enterrados a cerca de 200 metros da casa. O próximo passo foi espalhar o boato de que a família teria se mudado novamente, contudo, os vizinhos estranharam os animais domésticos terem ficado, bem como objetos pessoais terem sido abandonados.
 
O cachorro de um compadre de Paraguai achou o braço de uma pessoa pra fora da terra. O compadre perguntou se Paraguai sabia de algo e então foi ameaçado de morte. Passados alguns dias o rapaz ameaçado se disse atormentado pelo espírito da vítima e contou o que sabia a outras pessoas, em pouco tempo a polícia iniciou as investigações e com fartas provas prendeu os 3 acusados. O mandado de prisão foi expedido pelo então juiz da comarca Licínio Carpinelli Stefani, que mais tarde viria a ser desembargador e presidente do TJMT.
 
Durante a preparação para o Tribunal do Júri Paraguai disse que o pescador teria uma dívida com ele e que não pagava, também tentou justificar insanidade mental, mas a Justiça não aceitou. Os maiores de idade foram condenados a 30 anos de prisão, em regime fechado.
 
Ranniery Queiroz
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
(65) 3617-3393/3394/3409
 

22/05/2019 11:39