Turma de 2015 completa 4 anos de magistratura neste sábado
Mato Grosso tem quase 300 magistrados. Uma carreira que exige muitos anos de estudo para passar no concurso e uma vida inteira de abdicação em prol da sociedade. No próximo dia 13 de Julho (sábado), 26 juízes completarão quatro anos de magistratura. Eles disputaram as vagas com cerca de 1.900 candidatos.
Ao todo, 49 foram classificados e 26 tomaram posse. Caso da juíza Sabrina Andrade Galdino Rodrigues. Ela veio de Rondônia onde atuava como promotora de Justiça. “O sonho pela magistratura me moveu para Mato Grosso e nesses quatro anos nunca tive um dia sequer de arrependimento. Conforme amadurecemos nos tornamos mais preparados para nosso trabalho. Adquirimos serenidade para julgar e administrar”, apontou.
A magistrada iniciou carreira nas Comarcas de Alto Garças e Nobres e cumulou respectivamente as Comarcas de Alto Araguaia (415 km ao sul de Cuiabá) e Rosário Oeste (128 km ao norte da Capital). Esta semana foi promovida à Segunda Entrância e assumiu a titularidade de Mirassol D´Oeste (300 km a oeste).
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“Tenho muito o que comemorar. Nesse período como magistrada consegui encaminhar cerca de 15 crianças para adoção, três delas foram adoções tardias. Sempre as encontrava na missa de domingo e a cada encontro me sentia renovada. Saber que meu trabalho pode modificar a vida de alguém positivamente. É muito bom. Aqui tive meu primeiro filho e estou esperando o segundo. Sempre penso no melhor da vida às pessoas. Distribuir Justiça e que consigamos resolver problemas, desenvolver trabalhos sociais para melhoria da qualidade de vida da população. Procuro atuar mais próxima às pessoas, e ouvir também vítimas de violência doméstica. Gosto de estar em contato e entender por que muitas lides ocorrem.
A juíza já desenvolveu 14 ações nas Comarcas por onde passou, desde a entrega de material escolar, cestas básicas e realização de círculo de paz. “Tenho muitas ideias na cabeça para auxiliar dependentes químicos e vítimas de violência doméstica, por exemplo. Logo, terei novidades”, concluiu Sabrina.
A juíza da Primeira Vara da Comarca de Alto Araguaia (415 km ao sul de Cuiabá), Marina Carlos França, veio de Minas Gerais para prestar o concurso da magistratura. “O que me atraiu muito foi a visão que tinha de um lugar de oportunidades. Tenho um parente aqui no Estado que sempre me disse isso, que é um local em crescimento e as tecnologias e o agronegócio estão avançando muito. Desde o início achei Cuiabá muito agradável, embora estivéssemos em pleno período de obras da Copa do Mundo. Todos foram muito atenciosos comigo, e fui muito bem acolhida. Fiquei na Capital por 6 meses, durante o curso de formação.
“Já atuei nas Comarcas de Nova Ubiratã e Sorriso, na região norte mato-grossense, onde tive muito contato com causas do agronegócio e foi de grande satisfação e aprendizado para mim, uma realidade diferente de onde vim. Por dois anos também atuei no médio-norte em Nortelândia e Arenápolis, foi um período tranquilo e trabalhei com pessoas excelentes. Era uma região de garimpo. Entrei em contato com novos horizontes. Antes de ser promovida à Segunda Entrância e vir para Alto Araguaia”.
Quando a pergunta é satisfação em trabalhar na Justiça a magistrada não titubeia. “Ao longo desses quatro anos fiz contato com muitas pessoas e alguns casos me chamaram mais atenção. Em Arenápolis, fiz a alteração de um registro civil de uma pessoa transexual. Parecia simples, mas percebi o significado de registrarmos no papel o que a pessoa espelhava no corpo físico. Era na realidade uma mulher. Foi muito marcante. Já em Nova Ubiratã muitas pessoas receberam títulos de propriedades dos imóveis que ocupavam. Isso também chamou minha atenção. É a Justiça sendo feita e é muito bom participar e representar isso, porque faz parte do princípio da dignidade da pessoa humana. Tenho uma satisfação pessoal como juíza e sei que nosso empenho é por fazermos uma jurisdição célere e sempre aperfeiçoando o Poder Judiciário”, ressaltou a magistrada.
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Ranniery Queiroz
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12/07/2019 15:22
