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Judiciário certifica mais de 60 pessoas para atuar com Círculos de Paz

Promover a pacificação social é uma das missões do Poder Judiciário de Mato Grosso e se tornou uma atividade essencial para diminuir/pôr fim em litígios. Por meio do Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (NugJur), da justiça estadual, diversas pessoas estão sendo capacitadas em Círculos de Construção de Paz. Após o período de qualificação, 68 facilitadores receberam o certificado em solenidade realizada, na manhã desta segunda-feira (16 de setembro), no Palácio da Justiça, em Cuiabá. São pessoas de Comarcas do interior e da Capital que darão reforço nas políticas voltadas para a promoção da paz nas comunidades.
 
Servidores, juízes e voluntários participaram de 40 horas/aulas teóricas sobre Justiça Restaurativa, além de aulas práticas com a realização dos círculos obrigatórios.
 
Entre os participantes está o defensor público Nelson Gonçalves de Souza, da Comarca de Primavera do Leste. Durante o curso diz ter tido experiências extremamente enriquecedoras, com círculos de paz envolvendo crianças, adolescentes, professores, recuperandos. “Foi uma grande troca de experiência, o ouvir compartilhado, uma caminhada enriquecedora. A Justiça precisa desse novo olhar, não apenas o retributivo, mas também restaurativo, comunicativo, próximo e que tenha maior sensibilidade com as demandas sociais”.
 
Juntamente com mais 16 pessoas da Comarca de Tangará da Serra, o gestor do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), Nivaldo Lima, recebeu o certificado e agora dará reforço na disseminação da cultura do não litígio. Ele ressalta a satisfação que é presenciar um círculo de paz ao constatar a mudança das pessoas que participam dessa vivência.
 
“Esse é mais um passo importante que estamos dando no sentido de continuar nosso trabalho com relação a pacificação social. Quando aplicamos a metodologia, no início apresenta aquela rejeição porque as pessoas ainda não têm conhecimento do que realmente é, mas, depois, quando é oportunizado aos participantes se manifestarem, enxergam a oportunidade como transformação, que a partir dali poderão resolver os conflitos, respeitando o direito de manifestação do outro”.
 
O Corregedor-Geral de Justiça, desembargador Luiz Ferreira da Silva, disse que essa certificação representa o comprometimento com a paz social e destacou o apoio da Instituição, na pessoa do presidente, desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, nas questões voltadas às práticas restaurativas.
 
A presidente do NugJur, desembargadora Clarice Claudino da Silva, definiu o momento de muita realização, celebração, gratidão e alegria. Ela também recebeu o certificado e, totalmente, inserida na busca da consolidação da pacificação social em Mato Grosso falou sobre a importância da adesão das pessoas nessas atividades, que requer entrega do que têm de melhor.
 
“Temos a certeza que esse é um legado de muita preciosidade com o resgate de pessoas, como fomento de sentimentos, de seres humanos melhores. O Tribunal de Justiça tem feito muito esforço, investimento em produtividade e melhoria de toda natureza, mas esse olhar humanizado é o que me encanta e me dá uma sensação de muita gratidão por ver que o tribunal também inclui nas prioridades esse tipo de capacitação e ampliação, inclusive para os parceiros, para as escolas, presídios, onde não seriam necessariamente a nossa área de atuação, mas que reverberam em forma de conflitos, na família, na escola. É no seio da sociedade que a gente precisa fomentar esse tipo de diálogo organizado, simples, mas muito eficiente em termos de humanização”.
 
De acordo com a juíza coordenadora do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflito e Cidadania (Nupemec), Cristiane Padim, essa turma de facilitadores representa o fortalecimento da equipe existente no Poder Judiciário que se dedicam e entregam o tempo a essa nova metodologia de resolução adequada de conflitos. “Essa forma preventiva de trabalharmos para empoderarmos as pessoas, para dar ciência, oportunidade e proporcionar ferramentas para que as mesmas possam resolver os conflitos é fundamental para que a gente tenha um judiciário muito mais firme numa sociedade mais forte e justa”.
 
Uma das instrutoras do NugJur, Ana Tereza Pereira Luz, percorreu o Estado levando os conhecimentos aos que hoje se tornam facilitadores. Ela recordou o tempo em que estava aprendendo sobre a Justiça Restaurativa para poder compartilhar o que aprendeu e assim promover a paz nos locais por onde passasse. “A certificação dessas pessoas significa um sonho realizado que começou em 2015 quando fui buscar a minha qualificação como instrutora de círculos de paz. Desde então, começamos a fazer essas formações e hoje é uma vitória todos receberem os certificados e cooperar com a pacificação social”, diz com alegria.
 
O curso sobre Círculos de Construção de Paz já foi oferecido a 390 pessoas e 3.712 pessoas já participaram dessa vivência.
 
Estiveram presentes o desembargador Mário Kono de Oliveira, que recebeu o certificado, o juiz coordenador do NugJur, Túlio Duailibi, os juízes Jamilson Haddad (Vara de Violência Doméstica de Cuiabá) e Jaqueline Cherulli (3ª Vara Especializa de Família e Sucessões de Várzea Grande), também devidamente certificados em círculos de paz, representante da Defensoria Pública, servidores e voluntários, além de representantes de órgãos do Estado.
 
Justiça Restaurativa - As práticas são propostas idealizadas pela desembargadora Clarice Claudino, também presidente do Nupemec, e cumpre determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses no âmbito do Poder Judiciário e a introdução da Justiça Restaurativa no Sistema de Justiça Brasileiro, de acordo com as Resoluções 125, de 29 de novembro de 2010, e 225, de 31 de maio de 2016, ambas do CNJ.
 
O NugJur é formado pela desembargadora Clarice (presidente), um juiz coordenador (Túlio) e um coordenador adjunto e por magistrados de Juizados Especiais Criminais, Varas da Infância e Juventude, Varas de Família e Sucessões, Varas de Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher e Varas de Execução Penal, que vão fazer parte do Conselho Temático da Justiça Restaurativa.
 
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Dani Cunha
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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16/09/2019 17:08