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Mulheres têm oportunidade de fomentar renda pelo artesanato

Uma das primeiras peças artesanais que Lucy Helena Monteiro Salgado fez foi um chinelo cravejado de missangas. Emocionada, conta que a venda da peça deu esperanças para se manter sem o marido. “Fiquei tão feliz...encheu meu coração de alegria porque conseguiria sustentar meus filhos, e deu certo. Meu menino e minha menina se formaram”, disse a artesã que foi vítima de violência doméstica por 16 anos. Ela é uma das 25 mulheres que hoje vivem, ou complementam a renda, com o artesanato e expõe em um projeto especial. Feira Popular: Artesanato na Praça.
 
O projeto existe desde 2005 e é liderado pela professora Jacy Proença. Ao todo cerca de 80 pessoas participam das exposições que são realizadas nas Praças da República e Alencastro, no Centro de Cuiabá. São homens e mulheres que querem incrementar a renda da família. “Quando ainda estava casada fui orientada pela doutora Maria Erotides, que era juíza em Várzea Grande. Cheguei a pedir para soltar meu marido, que estava preso. Morria de medo de deixar meus filhos passarem fome e a doutora me orientou, conversou e incentivou muito a não me entregar à violência. Ter descoberto o artesanato foi uma libertação para mim. Além de sustentar minha família, sem depender do pai das crianças, é terapêutico. Consigo usar minha criatividade e manter a cabeça ocupada”, acrescentou a artesã que vende também peças decorativas para casa.
 
Lucia Ferreira não é vítima de violência doméstica, mas vive totalmente das guloseimas que faz em casa. Há 28 anos expõe em feiras de Cuiabá. Disse que cada um dos três filhos fez duas faculdades e estão bem. “No próximo dia 4 de outubro teremos novamente outra feira aqui na Praça da República. Para mim é tudo. Quando meu marido era vivo me ajudava. Isso fez com que o casal ficasse bem. O artesanato tem espaço para todos”, considerou Lúcia.
 
“O grupo já participou de várias feiras dentro do Estado. É uma geração de renda para esses pais e mães de famílias. Uma oportunidade de ganhar dinheiro“, disse Fabiana Araújo, uma das organizadoras e também artesã.
 
Acostumada com as audiências todos os dias, a juíza da 1ª Vara Especializada da Violência Doméstica e Familiar de Cuiabá, Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, ressalta a importância da mulher ter o controle da vida e opções para se manter. “O empoderamento da mulher é extremamente importante para que saia do ciclo da violência. Se não tem estudo, nem trabalho, não tem para onde ir. De outra forma consegue se desvencilhar do agressor e criar os filhos. Eventos, como o Artesanato na Praça, agem diretamente nessa vertente. Temos ainda o projeto da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), Tereza de Benguela, que tinha cotas para vítimas de violência doméstica. Estamos com um convênio com a Prefeitura de Cuiabá, via o ‘Qualifica Senai dos 300 anos da Capital’ e sempre temos ótimos retornos das mulheres. A recuperação passa por uma mudança de postura”, ressaltou a magistrada.
 
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Ranniery Queiroz
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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17/09/2019 11:09