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Servidores do Judiciário participam de palestra em alusão ao Setembro Amarelo

 Há cerca de cinco anos a servidora Juciley Lopes da Costa assiste a filha, de 23 anos, lutar contra a depressão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorre um suicídio a cada 40 segundos no mundo. Tratar a depressão é uma das maneiras de evitar essa tragédia, entretanto ainda existem muitos mitos sobre a doença que precisam ser esclarecidos para facilitar o tratamento.
 
Na amanhã desta quarta-feira (18 de setembro), vestida com uma blusa amarela, Juciley recebeu como um bálsamo as palavras proferidas pelo comunicólogo e psicólogo Afro Stefanini II, durante a palestra “A vontade de ser feliz – A vida é a melhor escolha”. “Já conhecia ele das redes sociais, li alguns livros, mas ouvi-lo ao vivo foi muito gratificante”, revela a servidora do Poder Judiciário há 40 anos. “A gente trata com vidas, pensão de alimentos, direitos das pessoas, nos envolvemos com os casos e, antes de tratar o outro temos que tratar a nossa saúde mental”, ensina.
 
Ela lembra que aprendeu a lição com a primeira profissional que deu o diagnóstico de depressão na filha, em 2014. “A médica disse que a primeira paciente dela era eu, e é verdade. Nós, pais, passamos nossas frustações para nossos filhos e a criança sofre com isso e acaba deprimindo. Temos que tomar muito cuidado”, alerta.
 
O bate-papo com o psicólogo ocorreu no Auditório Gervásio Leite e foi promovido pelo projeto Bem Viver da Coordenadoria de Recursos Humanos (CRH) do Tribunal de Justiça em apoio às ações do Setembro Amarelo, campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio.
 
Servidores com roupas ou acessórios da cor amarela prestavam atenção à mensagem passada pelo palestrante. “O processo de valorização da vida começa com os pontos de significados que o ser humano tem sobre sua própria vida. A questão do suicídio tem fatores de ordem social, pessoal, fatores endógenos e exógenos, mas o que mantém o ser humano vivo todos os dias é o que tem valor para ele”, explica. “Decidir pela vida é saber que temos escolhas. Nem sempre situações difíceis ou dolorosas significa o fim. Muitas vezes é um momento de melhoria”, reflete.
 
Para Afro Stefanini II, ao apoiar campanhas como a do Setembro Amarelo, o Poder Judiciário trabalha a prevenção. “Nossa sociedade adoece não só por questões de saúde, também adoece a mente. E a atitude do judiciário pode servir de inspiração para outras instituições fazerem o mesmo trabalho”, acredita.
 
O presidente do Poder Judiciário, desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha reforça que o Tribunal se engaja integralmente à sociedade. “Não podemos ficar de fora nessas campanhas. Temos o papel de conscientizar não só com o público interno com palestra, matérias na intranet e panfletos como com o público externo também. Expondo o tema no nosso Portal, nas mídias sociais e até com a iluminação do prédio para chamar atenção para o problema”, exemplifica.
 
A diretora-geral do TJMT, Claudenice Deijany F. de Costa, destaca que cuidar dos servidores e uma obrigação do Poder Judiciário. “Temos um grande número de servidores e dentre eles, muitos estão sujeitos a passar por problemas psicológicos, desde uma pequena tristeza, que pode evoluir para uma depressão, se não tradada leva muitas vezes ao suicídio”, comenta. “Temos por obrigação cuidar dos nossos servidores, que é o maior capital que qualquer órgão possui.
 
A integrante do projeto Bem Viver, Eliane Ribeiro da Rocha, afirma que a busca pelo bem estar dos servidores é constante. “Queremos oferecer opções que ajudem não só a saúde física, mas também a saúde mental. Sempre procuramos novidades que possa melhorar a vida do servidor”.
 
Entre os participantes do encontro, estava o digitador do Departamento Judiciário Auxiliar (Dejaux), Murilo de Oliveira. Murilo é surdo e contou com a interprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras), Letícia Cortez, para entender a palestra. Com a ajuda da profissional, o digitador revelou ter achado a palestra muito boa e a iniciativa positiva. “A palestra alerta sobre o problema do suicídio e ensina que a gente precisa parar de valorizar o que é ruim e pensar no lado bom das coisas importantes”.
 
“Devemos continuar tendo este tipo de evento no TJMT. Nós servidores devemos ser parceiros uns dos outros, de repente a pessoa está trabalhando do nosso lado, tem um problema e a gente nem vê. É preciso olhar nos olhos perguntar para quem está com uma carinha diferente: como vai, posso te ajudar? Às vezes eu nem posso ajudar, mas só o fato de tocar, dar um abraço já ajuda a pessoa. E no RH a principal missão é gestão de pessoas. Devemos sim nos preocupar com o colega que está do lado e dar o apoio que ele necessita”, completa Juciley.
 
Campanha No Brasil, setembro amarelo foi criada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), com a proposta de associar a cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro).
 
Alcione dos Anjos
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
(65) 3617-3393/3394/3409
 

18/09/2019 16:42