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Índios Karajás trocam lixo por roupas no Araguaia Cidadão

O que deveria ser uma simples coleta de lixo à beira do Rio Araguaia se transformou em uma ação de conscientização ambiental. Na manhã do domingo (10 de novembro), a aldeia Hawalo, da etnia Karajás, recebeu a visita da Expedição Araguaia Cidadão e também uma proposta: cada saco de lixo juntado dava direito a ser trocado por roupas, agasalhos e toalhas. A aldeia está situada no Estado de Tocantins, na Ilha do Bananal, dividida de Mato Grosso apenas pelo rio.
 
Inicialmente, a proposta era limpar a beira do rio próximo à aldeia e, para isso, foram reunidas cerca de 100 pessoas em 22 barcos, duas lanchas e quatro jet-skis. Entretanto, quando o magistrado viu a quantidade de detritos espalhados próximo às moradias teve a ideia de incentivar e promover a ação visando ensinar, de forma lúdica, a importância de manter o espaço limpo para evitar doenças e preservado para o próprio bem-estar.
 
Em poucos minutos, a aldeia que aparentava vazia, se encheu de índios que saíram de todos os cantos para entender como seria a ação. Um a um, homens e crianças, foram se mobilizando para fazer a limpeza dos materiais não orgânicos que se encontravam no chão como vasilhas de plásticos, sacolas, embalagens de papéis e papelão. As mulheres chegaram muito tempo depois.
 
O acordo feito entre o juiz e o cacique era de que o material seria buscado em São Félix e em uma hora seria feita a troca. No local, havia tanto entulho espalhado que em 10 minutos todas as sacolas de lixo levadas pelo Judiciário foram lotadas e também algumas que os próprios moradores tinham foram utilizadas.
 
O cacique Umiwau Baú contou que foi uma surpresa grande ver a expedição chegando, e no início ficou preocupado, mas depois ficou feliz com o resultado. “Estava aqui e de repente vi a galera aqui e fui verificar o que estava acontecendo, encontrei esse amigo. Queria saber o que aconteceu porque estavam todos aqui. Fiquei muito feliz em ver todos catando lixo aqui, meu povo, meus jovens e a rapaziada. Estamos muito gratos com a vinda de vocês, principalmente, porque pudemos fazer nossa identidade e título de eleitor que não temos”
 
O juiz José Antônio Bezerra Filho explicou ao cacique que a conscientização, a informação e a prestação de serviços é justamente o espírito do Araguaia Cidadão. “Enquanto limpavam e aldeia, a equipe de voluntários limpou as margens do rio. Aqui nós fizemos um trato com o cacique Umiwau Baú e cada um cumpriu sua parte. Tudo foi feito com a permissão do cacique e deu certo”.
 
Preocupado com a população da aldeia, o magistrado também aproveitou para dar conselhos quanto à higiene do espaço. “Para manter tudo muito limpo basta ter essa união de força, pois vimos que hoje todo mundo ajudou. O espaço sem lixo representa saúde, então será muito melhor continuar assim. Essa é uma ideia para o senhor que é a liderança do local. O nosso trabalho é, principalmente, esse, trazer conscientização dos direitos e deveres, saúde e cidadania”.
 
O Araguaia Cidadão começou no dia 6 de novembro, com o intuito de levar orientações para a população do Vale do Araguaia, também conhecida como ‘Vale dos esquecidos’. O acesso às localidades é difícil por conta da falta de infraestrutura e, justamente por isso, faltam serviços básicos nas cidades, como informação jurídica, saúde e cidadania.
 
Além de São Felix, a cidade já passou por Santa Terezinha e Luciara. Nesta terça-feira (12 de novembro) os serviços seguem para Novo Santo Antônio, onde ocorrerá atendimento na Escola Municipal Professora Nair Barbosa, das 9h às 17h, horário de Brasília. Já no dia 14, o atendimento será em Cocalinho, última cidade a ser atendida pela expedição. Os serviços serão ofertados na Escola Municipal José Umberto Moreira, também das 9h às 17h, horário de Brasília.
 
A canoagem ecológica foi organizada pela Marinha do Brasil que também acompanhou aretirada do lixo de toda a extensão visitada pela expedição Araguaia Cidadão.
 
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Keila Maressa/ Fotos: Alair Ribeiro
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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12/11/2019 08:19